Projeto Pérola Negra vai impulsionar a cadeia produtiva da Jabuticaba em Ouro Preto

O Lions Clube de Cachoeira do Campo realizou nesta quarta-feira, 4 de setembro, uma reunião com empresários e produtores do universo da jabuticaba para apresentação do projeto “Jabuticaba Ouro Preto – A Pérola Negra para o Desenvolvimento Produtivo e Econômico Local”, que visa fortalecer a jabuticaba como um produto internacional, transformando-a em um símbolo econômico para a região de Ouro Preto. Estiveram ainda presentes integrantes da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Governo de Minas Gerais, Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Ouro Preto, Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Minas Gerais (Federaminas), Agência de Desenvolvimento Econômico e Social de Ouro Preto (ADOP), Câmara de Vereadores de Ouro Preto, Associação Comercial e Empresarial de Ouro Preto (ACEOP), Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e Samarco.

Foram apresentadas duas ações realizadas em Ouro Preto: a primeira transformar a região em um Arranjo Produtivo Local (APL), o que significa que a jabuticaba poderá se tornar um símbolo de identidade e desenvolvimento para Cachoeira do Campo e adjacências; e a segunda que a região obtenha a certificação de Identificação Geográfica (IG), agregando ainda mais valor aos produtos derivados desta fruta.

Bruno Ulhoa, coordenador do Núcleo PADE ADOP, explica que o “Pérola Negra” é um dos projetos em destaque aprovados pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico de Ouro Preto (CONDES) atendendo três eixos do Plano de Apoio a Diversificação Económica de Ouro Preto (PADE): empreendedorismo, turismo e agropecuária.

“Estamos aqui em Cachoeira do Campo para o pontapé inicial do arranjo produtivo da Jabuticaba de Cachoeira do Campo, o projeto Pérola Negra, que passou pela análise do CONDES de 2023 e obteve recursos do Fundo de Desenvolvimento Econômico (FUNDES). Esse arranjo produtivo local para a Jabuticaba é um primeiro passo para a valorização da cadeia produtiva da Jabuticaba e é um caminho para a diversificação econômica”, comenta.

Felipe Guerra, secretário de desenvolvimento econômico de Ouro Preto explicou que o projeto é importante para a diversificação econômica da região.

“Estamos aqui na sede do Lions em Cachoeira do Campo, fazendo um grande anúncio para a comunidade em parceria com Lions, com a Federaminas, com a Associação Comercial de Ouro Preto, com a Adop, com a UFOP, com a Prefeitura e com a Câmara Municipal lançando o Arranjo Produtivo da Jabuticaba e também a Identificação Geográfica. Um evento muito bacana que vai ajudar muito os produtores rurais aqui em Cachoeira do Campo na produção da Jabuticaba, na comercialização, na capacitação e temos certeza de um grande projeto que vai gerar muito emprego e muita renda para Ouro Preto, rumo a uma diversificação econômica”, afirma.

Indicação geográfica pode valorizar produtos da Jabuticaba

O consultor da empresa Inovates (ES), Anselmo Buss, explica que a Indicação Geográfica (IG) identifica a origem de um produto ou serviço que tem certas qualidades graças à sua origem geográfica ou que tem origem em um local conhecido por aquele produto ou serviço.

“Estamos com o projeto da Indicação Geográfica da Jabuticaba de Cachoeira do Campo, um lugar reconhecidamente pelos consumidores dos produtos de Jabuticaba e de excelentes derivados de Jabuticaba, fazendo então esse processo de estruturação de uma Indicação Geográfica, que é o reconhecimento de um lugar que ficou famoso pela produção de um produto. Então, nesse período de um ano, a gente vai criar as regras, ajudar a governança, criar um símbolo, criar todas as peças necessárias para IG poder funcionar e ser uma ferramenta real. A IG divulga muito mais o território e cria um padrão mínimo dos produtos, então a gente já começa a usar a estratégia de desenvolvimento territorial, quer dizer, não são todos os produtores que vão poder utilizar, somente aqueles que cumpram com as regras que tornaram essa região conhecida. Atrai investimento, atrai turismo, potencializa demais a questão da gastronomia”, explica.

Gilmar Barbosa, consultor da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Minas Gerais (Federaminas), explica que são diversos produtos da região que podem ter a identificação geográfica, como o pastel de angu de Itabirito, a pedra sabão de Santa Rita e a goiabada de São Bartolomeu.

“Felizmente, foi uma noite muito privilegiada aqui em Cachoeira do Campo, porque a gente deu início à estruturação da indicação geográfica da jabuticaba e dos derivados de Cachoeira do Campo. Indicações geográficas são uma forma de reconhecimento de produtos diferenciados ao redor do mundo inteiro. Só a título de exemplo, a gente tem em Minas o queijo da Canastra, queijo do Serro, quatro cafés diferentes, a cachaça de Salinas, e provavelmente nessa região a gente vai dar andamento a um número bastante significativo de IGs. A primeira é a da jabuticaba. A gente também tem por propósito trabalhar a pedra-sabão, os doces de São Bartolomeu, a prata do leite, e entre outros produtos regionais, como o pastel de angu de Itabirito, o mel de Santa Bárbara. A gente tem as grandes empresas locais que têm apoiado esse processo, as prefeituras locais também, as associações comerciais e a FederaMinas. Então, portanto, é o pontapé inicial de uma trajetória riquíssima em que a gente vai ter muito mais produtos derivados da Jabuticaba nos hoteis locais, nos restaurantes e depois a gente vai ganhar Minas Gerais e o mundo.”

O analista de Relações Institucionais da Samarco – Guilherme Louzada – ressalta que a Samarco investe em diversificação econômica na região onde atua desde que retornou às operações:

“A reunião de hoje foi muito importante pra gente começar todo o processo de formação de arranjo produtivo local aqui da Jabuticaba de Cachoeira do Campo. Pela unicidade, pela autenticidade, pelo sabor, pela qualidade e pela história da Jabuticaba de Cachoeira do Campo. Existe uma rede de parceiros, entre eles a Samarco, que tem muito orgulho de poder caminhar com esse grupo para tornar a produção da Jabuticaba, a produção de produtos advindos da Jabuticaba daqui algo especial, algo de valor, algo de qualidade. Então, a gente fica muito feliz em participar desse trabalho de denominação de origem, de indicação geográfica da Jabuticaba como essa coisa única e original que eu falei. Quando a Samarco voltou, uma das propostas do retorno da empresa, era de fomentar, contribuir para a diversificação econômica dos municípios onde ela atua. Então, Ouro Preto, Mariana e este projeto é uma forma de materializar isso. Trazer a diversificação econômica com outros produtos, com outros serviços, com turismo, com gastronomia, com potencialidades, vocações daqui dos municípios para isso, para que quando o ciclo da mineração de minério de ferro terminar aqui na região, a gente tenha outras opções, outras alternativas econômicas viáveis aqui para a região”, explica.

Como Participar

Produtores de jabuticaba e seus derivados estão convidados a se cadastrar no Projeto Pérola Negra, que busca identificar e credenciar até 500 produtores na região. O cadastro é essencial para que os participantes tenham acesso a capacitações, inovações tecnológicas e ao suporte necessário para impulsionar seus negócios.

O cadastramento pode ser feito presencialmente na sede do Lions Clube de Cachoeira do Campo, ou pelo telefone: (31) 9 9187-7886 ou através do link: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdZRFyb64T8lgQmXieEbDFg6he73Wxd5dm8_dwtbJcl8zX6sw/viewform. Além disso, o projeto tem como objetivo mapear todas as jabuticabeiras da região, criando um banco de dados que orientará futuras ações de desenvolvimento.

One thought on “Projeto Pérola Negra vai impulsionar a cadeia produtiva da Jabuticaba em Ouro Preto

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *